quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Autumn - Invernada VI

Quando atravessei a porta percebi algo desconhecido sentado sobre a privada. Pálido e com os olhos inchados. Seria este o coração que estava em minhas mãos? Sua face quase que um morto a minha frente encara o espelho. Ele esconde o rosto quando percebe que estou ali. Algo caiu quando entrei, acredito que foi o ultimo pedaço do meu coração. Engoli o amargor, senti as lagrimas escorrerem quente por minhas bochechas, foi quando ele me olhou e eu soube que não foi apenas o meu coração que se estilhaçou. Senti algo cortar tão fundo que não sangrava.
- Maxwell. - Ele disse com a voz indagada. Eu fiquei sem palavras, literalmente sem palavras. Lentamente fechei a porta tentando não fazer barulho, mas por infelicidade a mania que todos temos de que quando queremos a quietude ela faz um estrondo, foi esse o eco que o trinque da porta fez enquanto eu tentava não fazer barulho. Acho que vi alguém morrer, e desta vez não era eu.
- J... Jhon. - Escorrei para perto dele. Olhei-o tentando entender o que tinha acontecido. Olhei-o procurando uma resposta que eu sei que não encontraria em um par de olhos desses. Algo ardia em meu peito.
- Eu pensei... Eu só queria que... - Suas palavras doeram quando percebi o que Oliver, o garoto tinha dito. Acho que ele não o único que achou isso, acredito que ninguém tinha mais dado nada por mim, ou por qualquer outro sinal, uma coisa boa foi que a garotinha estranha não era coisa da minha mente, ou se era, pode ser um eco igual naqueles seriados. Envolvi meus braços, não adiantaria, o que  eu queria afagar estava fundo, tão fundo que precisaria de ajudar para tentar concertar as coisas novamente. Uma vez atirei um coração pela janela e ele sobreviveu.
- Estou aqui. - Disse sem saber o que dizer, nunca fui mestre no que se diz melhor consolador de todos os tempos. O diabos, só coisas do tipo acontecem comigo, eu precisava de Evan o pior psicologo do mundo aqui, ele não saberia o que fazer, mas eu poderia fingir estar entendo o que ele diz e talvez dê certo um de seus discursos patéticos. Ninguém parece acreditar nisso. Porque diabos ninguém acredita que as coisas podem melhorar. Eu estava aqui não estava?
- Você não estava até poucos minutos. - Ele responde e acredito que isso tenha respondido minha pergunta que nem ao menos conseguiu ser feita. Engoli alguma coisa mais amarga. Algo sem gosto, mas que quebrou alguma coisa, de novo.
- JHON.- Parecemos duas crianças. Desisti de tentar acalmar-o. Desisti de tentar entender tudo isso. Eu... Eu... Droga.
- O que aconteceu com nós? - Ele perguntou. Eu estava sentado no chão frio, ele continuava na privada, meus olhar parecia não acreditar no espelho que nos mostrava. Ele não era pequeno. Mas mesmo assim eu não acreditei por mesmo que eu soubesse eu não queria acreditar. Onde está Bruno para acabar com tudo aquilo. Jon não deveria estar aqui, é contra as regras. Eu não posso acreditar.
- Eu te AMO. - Dei um gemido sentindo alguma coisa apertar meu peito.
- Eu... Não sei.  - É isso então? Essas eram as palavras dele. Eu não sei.